E... puff! Dez anos disto.

Dei-me conta há umas semanas de que o blog já tinha 10 anos de existência, feitos em Fevereiro. Queria ter assinalado a data na altura, obviamente, mas a vida meteu-se no caminho, sem que eu conseguisse agarrar o momento. Quando dei por mim, já meses tinham passado e só agora consegui parar e sentar-me para reflectir e escrever um pouco mais que o costume.

Num presente tão diferente de há 10 anos, onde as redes sociais são cada vez mais uma ferramenta de trabalho essencial, sinto-me feliz por poder dizer que tenho uns quantos cantinhos onde me posso expressar de forma séria, criativa, organizada e simplesmente ser eu mesma. Lembro-me de ter criado conta no Facebook só uns dois anos após o seu arranque, e logo de seguida cheguei ao Blogger. De repente, já nem comprava tantos livros porque os momentos de leitura mais pareciam não ter fim, com blogs e mais blogs sobre tudo o que era assunto. E quando não estava a ler, é porque estava a escrever ou a pesquisar ideias. Enfim, viciei muito rapidamente e, ainda hoje, sigo religiosamente uns quantos blogs. Este cantinho parece ter resistido, ainda assim, às modernices de hoje em dia, sem que lhe tenham feito grandes actualizações. 

Quando comecei como blogger não havia cá essa coisa de se ser influencer e nem me passava pela cabeça que alguém pudesse ficar famoso devido ao material que expunha no seu blog. Isso nunca me passou pela cabeça, nem nunca fez parte da minha ambição. Só queria mesmo escrever! Ter algum feedback revelou~se numa agradável surpresa e isso bastava-me. E assim continua a funcionar para mim, na perfeição: posso criar sem ter de provar nada a ninguém, ou agradar quem seja. Sempre escrevi sobre o que me apetecia, interessante ou não, informativo ou apenas lúdico. Na maioria das vezes, tratavam-se simplesmente de pensamentos e devaneios, tal como o nome que lhe dei de início. Meros desabafos da vida, que evoluíram para demonstrações do meu trabalho enquanto jornalista e depois para divulgação dos meus serviços como tradutora, até chegar aos dias de hoje, num contexto de moda/beleza/lifestyle. Faço reviews, mostro compras, dou uns toques de maquilhagem... Enfim, coisas de gaja. Mas sempre que me apetece, vou buscar temas que nada têm a ver, porque a minha mente flui muito, a toda a hora. É isso que me conduz e dá motivação.

Nos últimos dois anos, ganhei coragem para me lançar no Youtube, por ser algo mais visual, prático e ao alcance de todos. No processo, acabei por perceber que também me agrada muito a faceta  mais criativa de editar os vídeos, mesmo estando a milhas de me tornar uma expert na matéria. Já lá vão mais de 100 vídeos e o sentimento continua igual. Mesmo que se diga que o Youtube está a morrer (ou que o estão a matar com valentes facadas!), e que agora só importam as grandes youtubers e os mais pequenos acabam por desmotivar e desaparecer por falta de subscritores e visualizações. 

Vou-me mantendo ocupada na minha vidinha, agora ainda mais atarefada com a chegada do baby Tommy há quase 10 meses. Nunca criei expectativas e assim permaneço, impávida e serena, sem mexer uma unha que seja para ter parcerias e coisas de graça. Sou uma mulher simples, maluca qb, cheia de rock na veia, delicada nos modos mas nada poupadinha nas palavras e odeio a maioria das trends, é um facto. Estou no Youtube pela força que me deram, porque me identifico com o tipo de trabalho e todo o ritual inerente à gravação e edição, porque sou doida por maquilhagem mas, sobretudo, porque adoro comunicar - embora uma câmara não seja o meu ideal para isso, mas até acho que me safo...

Ainda assim, enquanto o Google deixar, vou voltando aqui, seja para "redecorar a casa" (que é como quem diz, alterar o layout) , seja para escrever um texto completamente random ou simplesmente para finalizar o rol de partilhas sobre os vídeos e outras publicações que faço pela net fora. 

Gosto mesmo disto! Aqui não há o: "ai, não digas isso que pode ficar chocado e magoado!" Não me sinto inibida em nada. Não querem ler, basta não entrar da próxima vez. Não querem apoiar o que faço, basta não seguir mais. Têm alguma coisa a dizer, mesmo que seja má, ora façam o favor de comentar, mesmo que só me queiram mandar à merda! Não me vou stressar, nem gastar energia com as vossas frustrações, porque este é o lugar onde o lado chato da vida fica de fora e só entra quando EU permito! E permito demasiadas vezes até, mais não seja para falar de assuntos bem complexos, que fazem parte da minha realidade e da vossa também. Porque o lado mau da vida não deve ser simplesmente ignorado, pelo bem do nosso equilíbrio e sanidade mental.