Encerrar em beleza!

As portas da EB1 da Quinta do Conde vão fechar definitivamente. Por isso, foi com um misto de emoção e diversão que alunos, professores, auxiliares, pais e entidades convidadas conviveram na festa de uma escola que já deixa saudades a todos

ABERTA à comunidade escolar há mais de 30 anos, a Escola Básica n.º 1 da Quinta do Conde acolheu ao longo do tempo inúmeras crianças, num equipamento que se dizia provisório e sem muitas condições para turmas numerosas. Mesmo precário, o espaço deixa saudades a todos os intervenientes e, como tal, o significado de encerramento foi vivido, no passado dia 19 de Junho, com muita emoção.
Para além das tradicionais tasquinhas pedagógicas, da música, lanche e assados, foram entregues os diplomas às turmas do 4.º ano, os finalistas deste ano, e feitas algumas sentidas homenagens a docentes que por ali passaram. Manuela Barbas, presidente do Conselho Executivo do agrupamento, falou-nos sobre a festa, dizendo que «mostra a dinâmica desta escola, sendo algo que eu espero que não se perca no novo espaço, que será muito maior, com 14 salas, e com condições completamente diferentes. Espero, também, que estes professores continuem a ser dinâmicos e consigam continuar o trabalho que têm feito até aqui».
Para o professor e coordenador Luís Pacheco, que lecciona o 1.º Ciclo há 11 anos, «a festa surge na continuidade de uma actividade realizada pela primeira vez no ano passado, que são as tasquinhas pedagógicas, e tem como objectivo aproximar os pais da escola e promover a troca de saberes e valores, fazendo-os sentir-se bem. O encerramento deste ano é duplo, pois os alunos vão passar para a escola do Pinhal do General e, como tal, decidimos convidar muita gente, tal como as antigas professoras, prestando-lhes uma pequena homenagem». Falando do seu caso, «é o segundo ano que aqui estou e gostaria de poder manter-me na Quinta do Conde e dar continuidade ao trabalho, mas ainda não sei onde serei colocado. Caso não fique, gostaria que os pais e os professores continuassem esta tradição, nomeadamente, com as tasquinhas».
Na foto, o professor e coordenador Luís Pacheco
Que futuro?
Em representação da presidente da Associação de Pais, que se encontrava no palco da festa, Fernanda Fonseca, membro da associação, da mesa da assembleia e mãe de um aluno finalista da escola, disse ao Notícias da Zona que a elaboração da festa «começou pelo facto do professor Luís nos ter dado esta abertura para podermos trabalhar com a escola. Partiu, também, da disponibilidade dos pais, pois os professores já têm demasiado trabalho. Mas toda a gente ajudou, incluindo as auxiliares de educação. E é bom chegarmos ao fim e ver este resultado, principalmente quando olhamos para os miúdos e percebemos que estão felizes, apesar de ser também um momento triste, pelo encerramento da escola. O meu filho Tiago pode dizer que andou na mesma escola do pai». Para a elaboração da festa, as ajudas foram muitas e é algo que «não conseguimos sequer quantificar o quanto estamos agradecidos àqueles que contribuíram. Também tivemos a sorte de ter o Luís como coordenador, que muito se entregou ao trabalho, fazendo até o que não era obrigado a fazer, dando ideias e ajudando a concretizá-las. Aliás, tivemos uma excelente equipa este ano, que funcionou muito bem e que vai deixar muita saudade». Adiantou que «gostaria que este espaço fosse preservado, porque está cheio de memórias. Muitas crianças passaram por cá e aqui foram crescendo. Mas só a Câmara saberá o que vai ser este espaço».
Na foto, a entrega dos diplomas aos alunos do 4.º ano
Ninguém melhor que Felícia Costa, vereadora da Educação, Juventude e da Cultura da Câmara Municipal de Sesimbra, para nos falar sobre o futuro deste equipamento. Presente na festa de encerramento, revelou ao NZ que «este encerramento, mais do que para a autarquia, significa muito para a comunidade, que vai deixar de ter uma escola que era provisória e, a partir de Setembro, passará a funcionar num novo equipamento, com melhores condições. Terá um refeitório, uma biblioteca e toda uma série de recursos que esta não tinha. É um salto qualitativo na área do ensino. Além disso, já temos um bom projecto para aqui. Os pavilhões actuais serão requalificados, para que seja criado um pólo do associativismo para as várias entidades culturais da Quinta do Conde, as quais terão melhores condições para os seus projectos. A nossa intenção é, também, criar um estúdio isolado, onde as bandas de garagem, ligadas ao movimento juvenil, aqui desenvolvam as suas capacidades musicais. No fundo, continuará a ser um espaço cheio de Cultura!».
Em cima, a presidente do Conselho Executivo, Manuela Barbas e a vereadora da autarquia de Sesimbra, Felícia Costa
Texto de: Sandra Mendes
Fotos: Notícias da Zona
Publicado in Notícias da Zona, edição 151

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